Wednesday, November 29, 2006

Despenalizar a IVG?

Tomar parte de uma decisão politica exige mais do que manifestar apenas a nossa opinião. Exige moderação. Requer uma atitude proactiva, de busca do conhecimento, de espírito aberto, disponível a ouvir ambas as posições. Sem ideias predefinidas.
Considero também uma atitude de franca humildade reconhecer quando temos dúvidas…e não conseguimos defender uma posição sobre questões de extrema complexidade. É o meu caso sobre actual proposta de despenalização da IVG.

Partimos dos seguintes pressupostos:
1. Ninguém realiza um aborto de ânimo leve, quando o faz é por fortes motivos.
2. Nenhuma mulher deve ser condenada por realizar aborto.
3. O aborto não é nem pode constituir um acto de planeamento familiar.

Quem defende o sim coloca no centro a mulher, mas esquece o feto, que é uma vida. É verdade que depende de outro Ser, mas não diminui a sua condição de Ser.
Penso que o homem tem os mesmos direitos, ou poder para decidir, que uma mulher. Ao atribuir maior poder de decisão à mulher, não pondera o papel do homem enquanto Ser gerado pela mulher. Coloca-o apenas enquanto progenitor.

Considero sim que perante condições desfavoráveis dos progenitores, o Estado deve assumir maior protagonismo, não deve pois desresponsabilizar-se das suas funções. Deve reforçar mecanismos de suporte à vida, maior intervenção no planeamento familiar, agilizar os processos de adopção, etc., imaginário?

Os principais argumentos do sim, sustentam-se nas dificuldades financeiras dos progenitores, o desfazer dos planos de vida destes, falta de oportunidades e um potencial criminoso que está por nascer…Será mesmo verdade? Quantos de nós não esteve para seguir esse ‘’caminho’’?

É preciso ouvir os que trabalham com crianças que foram negligenciadas pelos pais, quer de forma voluntária ou involuntária, por motivos socio-económicos.
Uns tempos trás li uma entrevista de um director de uma casa de acolhimento de crianças desfavorecidas. Dizia ele que ‘’quem não quer uma criança, que nos entregue, nós cuidamos’’. Esta posição é negligenciável?

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