Monday, October 16, 2006

A 'Queda do Império': O Desporto Regional

«Emanuel Alves, presidente da Associação de Andebol, ri-se quando explica o sistema de contratação de atletas nos clubes regionais. «Ao jogador do continente pagam casa e bom salário; ao madeirense dão-lhe um ordenado mais baixo. »

O desporto regional, sublinha, não tem política e está nas mãos dos burocratas do IDRAM e dos dirigentes. «Que agora até têm uma associação». Porque, segundo Emanuel Alves, os apoios serviram um modelo político, não o povo, não fomentou o exercício físico, nem levou mais jovens à alta competição.

«O desporto escolar está resumido a uma festa anual, as associações têm mais inscritos que praticantes para garantir os subsídios. Pior, o IDRAM prepara-se para retirar os apoios às equipas de infantis que participam nos campeonatos nacionais».
(…)

Segundo André Escórcio, (...) em 30 anos de Autonomia, falhou o planeamento, o acompanhamento de talentos, a medicina desportiva. (…) Por falta de acompanhamento, mas porque, insiste o professor, existem, na Madeira, problemas estruturais graves. «Quando se olha para a realidade social e esbarramos com uma pobreza que atinge mais de 62.000 indivíduos, isto é, com 25% da população (20.000 famílias) acompanhada pela Segurança Social».
Não é possível o alto rendimento com fome ou carências básicas». A realidade explica os números apresentados por André Escórcio. «60% não pratica desporto por falta de tempo; 45% porque não gosta; 30% por falta de motivação e 25% devido à idade. No global, 77% não tem hábitos desportivos. É a cultura física no seu pior trinta anos depois, isto é, no fundo da tabela europeia. Uma vergonha para a Região que bem poderia ser um exemplo nacional e europeu».

Reportagem DN-Madeira

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