Thursday, November 02, 2006

Extractos de ''Carta aberta à delegação do PSD de visita à Madeira'' por Maximiano Martins

''Se visitarem as Zonas Altas da cidade do Funchal verão que por detrás da fachada existe uma realidade de sofrimento e baixa qualidade de vida.
Entre outros indicadores, verificarão que

* a Região da Madeira que surge em 2º lugar no ranking das 7 regiões portuguesas, quando se usa o indicador do PIB regional per capita, surge em 5º lugar, quando se usa o índice de poder de compra concelhio, e em 7º e último lugar quando se usam os indicadores de receita e despesa dos agregados domésticos

* a Região da Madeira surge, no quadro dos indicadores de conforto das famílias, como a região menos desenvolvida do país

* o nível de disparidade interna na região da Madeira é dos mais elevados do país

Esta informação encontram no Estudo, de Setembro de 2004, elaborado, sob encomenda do Governo Regional, pelo Prof. Augusto Mateus - estudo que o Governo Regional manteve "na gaveta" para que prevalecesse a "verdade" de um desenvolvimento excepcional medido por um indicador fortemente empolado por um efeito "zona franca". Por esta razão as conclusões daquele estudo não foram fornecidas ao Governo da República (à altura um Governo PSD/PP) para efeitos das negociações comunitárias. Daqui resultou a saída da Região de "Objectivo 1" e a consequente perda de cerca de 50% das dotações que auferira no período anterior de programação (2000/2006). Uma perda de cerca de 500 milhões de euros!
(...) não deixem de pedir explicações para o facto de a Madeira ter os piores resultados em educação e os níveis mais elevados de analfabetismo do país.

Perguntem-lhes porque permanece, trinta anos depois, tanta exclusão social. Interroguem-no sobre os graus de liberdade da sociedade civil madeirense - e lembrem-lhe que um dos traços mais marcantes do totalitarismo é justamente o completo controlo de todas as formas de expressão da sociedade.
(...)
Ao saudarem o Presidente do Governo Regional e Presidente do PSD-Madeira não se esqueçam do epíteto que mereceu, em publicação internacional, de "cacique populista e campeão do insulto".
(...)
Aproveitem para lhe perguntar o que pensa dos Deputados à Assembleia da República e o que pensa dessa "Casa da Democracia"...
(...)
Perguntem-lhe o que pensa da consolidação orçamental, do controlo do défice. Expliquem-lhe o ónus do endividamento desregrado e peçam-lhe para confirmar se a dívida pública directa e indirecta da Região Autónoma da Madeira estará já entre 250 e 400 milhões de contos!

Perguntem-lhe porque é que o turismo está hoje mais desqualificado na Madeira. E expliquem-lhe a importância económica do conhecimento, da formação... Questionem-no sobre o custo-benefício dos apoios gigantescos ao desporto profissional "estrangeirado" e sobre a racionalidade dos apoios públicos a um jornal sem expressão pública relevante como é o Jornal da Madeira. Expliquem-lhe que tais utilizações de dinheiros públicos são intoleráveis num Estado de Direito, num país civilizado... E se querem ver "deitar dinheiro ao mar" vão à Marina do Lugar de Baixo.
''

Maximiano Martins
Publicado no Diário de Notícias da Madeira

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